Até há pouco tempo atrás, considerando o fato de ainda sermos jovens, estávamos na sala, vestido apenas o que índio veste. Pendurados em um sofá de cordas e misturados aos vinis da Xuxa. Chupeta, mamadeira, leite com toddy, leite com quik. Ah! Chá Matte, bem docinho...
Naquela época a gente era feliz e sabia! Sem qualquer teoria comprovada, feliz de sorriso aberto, como quando Lucky e Saori balançavam os rabinhos, quando meu pai chegava em casa ou quando minha mãe era sempre a última coisa que nossos olhos enxergavam antes de dormir, sempre acompanhado de beijo.
E o dia que vimos o mar? Vou confessar que não lembro a primeira vez, nem a segunda... Mas tenho certeza que a sensação foi das melhores. Posso garantir, mesmo distante da lembrança, que corremos com vontade de molhar os pés, de provar a água salgada. E ainda digo mais, tenho certeza que nos olhamos com aquela cara de descoberta.
Sem mesmo notar, as mudanças de calçados, roupas, colégios e novas formas de pensar, a gente cresceu... e ainda continuamos. Pensando, ás vezes, que ninguém disse que ser adulto seria tão chato... mas, isso não apaga as coisas boas que Peter Pan ainda desconhece.
O que sei é que aprender em dois é mais prazeroso do que sozinho! Que tenho duas vezes mais chances de ser feliz... pelas minhas conquistas e pelas suas. E olha que essa felicidade ainda pode ser multiplicada. Só mesmo minha presença para traduzir o quão bom e como fico à vontade do seu lado! Você também é minha casa, Réré! Ti amo!
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Eu, as fotografias e você
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segunda-feira, 3 de maio de 2010
Nem aqui, nem lá
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terça-feira, 20 de abril de 2010
Uma ciranda qualquer
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domingo, 18 de abril de 2010
Frases soltas
Sempre fui de perder em pensamentos. E não tem nada que prende mais minha atenção do que registros que correm por aí. Eles despertam emoção e me lembram, no meio de um dia corrido, que esse mundo é, sem sombra de dúvida, fascinante. Cartas que atravessam oceanos em garrafas, palavras e imagens em paredes, frases animadoras em notas de dinheiro (sei que é desrespeitoso, mas adoro ver esse tipo de intervenção).
A que me recordo agora, estava escrita em lixeiras, postes e calçadas que contornavam a praça da Liberdade. Numa caligrafia de estética estranha e pintada em preto dizia: “Dê mais amor”, dessa maneira mesmo, sem pontos e de forma insistente, como todo apaixonado gostaria de dizer em alto e bom tom, como todo amor romântico e dramático permitiria.
Penso na história dessas pessoas. O que as levaram a fazer isso? Tento imaginar, baseado em esteriótipos, como elas seriam e me frustro… Mas fico contente por ainda existir quem protesta, quem leva a sério suas declarações, quem pronuncia, mesmo sem assinaturas, seus sentimentos. Minha vontade era de abraçá-las e agradecer. Afinal, aquela quarta-feira sem importância seria mais um dia, sem “bom dia”, se o vento não tivesse me escolhido.
Postado por Hélio Monteiro às 16:44 3 milhões de comentários
Point de Vue
Mas quando estou triste nem Paris é Paris!
(autor desconhecido)
Paris poderia ser qualquer uma, se não fosse pelo perfeccionismo de Napoleão. Os pormenores da cidade saltam aos nossos olhos e nos seduz ironicamente com um sorriso escondido em seus prédios e objetos dourados. Ela te convida a dar uma volta, a pedalar em bicicletas e se deixar levar por seus barcos.
Que vontade de sentir aqueles raios de sol fraquinhos na pele, de admirar de longe a Torre. De achar confuso e engraçado o trânsito de alguns pontos da cidade. De sentar e memorizar lugares que mais parecem poesia.
Paris nos fazem percorrer galerias subterrâneas. Com ladrões que não são pegos e sanfoneiros simpáticos no metrô. Que traz no cardápio quebabs, croissants, pouco sal e serifas. Paris de escadas irregulares e jardins desconhecidos. De noites ofertadas por franceses libertinos e gentis. Paris onde muitas coisas começam e outras terminam, cheia de histórias.
Fico feliz por ela não ter queimado em chamas, por deixar que Monalisa continue a sorrir da sua maneira tão particular. Por ainda insistir em pontes, em arte, em linhas de trem. Por nos fazer acreditar que o amor ainda é possível.
Postado por Hélio Monteiro às 06:19 0 milhões de comentários
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Não é uma despedida
Sempre tive gavetas de objetos que nada valem (aparentemente), que frustaria qualquer ladrão, que me criticaria por tê-lo feito perder tempo. Pilhas sem cargas, moedas ignoradas, alfinetes e recibos. À noite, me aqueço e atinjo as mesmas temperaturas que o cobertores antigos me causavam. Continuo a cheirar travesseiros, abraçá-los e lhes contar segredo. E insisto em conversar todas as manhãs com minha consciência, independente do meu humor.
Não deixei de escrever em papéis, como sabe, sempre fui viciado em minha caligrafia. E ainda desejo cartas que me contam sobre dias que já passaram, dias que não voltam mais. Me surpreendo em reler o que costumávamos escrever. Estaria sendo malvado se dissesse que não mudamos. Você cresceu e já corrigiu aqueles erros de português infantis. Sequer somos tão puros como pensávamos.
Mas quando te olho, fico feliz e nostálgico por ainda estar lá! Por ainda rir das piadas que contei mais de uma vez. Foi tão bom descobrir que você continua a caminhar sobre o meio-fio da calçada. Tenho algumas de suas palavras na mente, mas assumo que, por descuido, perdi as fotografias. Tudo me leva de volta, mesmo que não tenha passado tanto tempo assim.
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domingo, 11 de abril de 2010
O Pluto e o Platão
Ele sempre foi de questionar seu comportamento mas nunca obtinha as respostas. Regularmente ia a cinemas em sua própria companhia e achava injusto não dividir um filme tão bom, quanto aquele, com ninguém.
Ele sempre foi de amar platonicamente, de criar personagens. De fazer do seu travesseiro um ser real. Continuava no universo a parte sem desacreditar, que um dia seu pensamento iria, por ventura de qualquer brisa do oeste, se realizar.
Postado por Hélio Monteiro às 22:19 2 milhões de comentários
Primeiro Paragrafo
Depois de uma noite dançante com olhares desencontrados o céu amanheceu sem nuvens. Manhã de frio agradável, desses que nos convidam a aproveitar um pouco mais a coberta, o travesseiro e os sonhos. Já não via mais o rastro do terno xadrez. Possivelmente ele vagava por outras ruas, tomava outras direções, procurava por outros endereços. Coloria o dia em cores que eu ainda desconheço.
Postado por Hélio Monteiro às 02:22 1 milhões de comentários