domingo, 18 de abril de 2010

Point de Vue


Quando estou alegre qualquer lugar é Paris.
Mas quando estou triste nem Paris é Paris!
(autor desconhecido)

Depois de passar por debaixo do mar, meu trem diminuiu a velocidade e chegou em Paris! No tom marrom, que envolve quase que por completo a Estação do Norte eu mergulhava e explorava os cenários. Aos poucos descobria um ângulo novo, e a cada três passos uma novidade, um novo sotaque. Quanto mais o tempo passava, mais certeza tinha de que aquela era cidade da Luz, dos detalhes em aço, de flores nas janelas.
Paris poderia ser qualquer uma, se não fosse pelo perfeccionismo de Napoleão. Os pormenores da cidade saltam aos nossos olhos e nos seduz ironicamente com um sorriso escondido em seus prédios e objetos dourados. Ela te convida a dar uma volta, a pedalar em bicicletas e se deixar levar por seus barcos.
Que vontade de sentir aqueles raios de sol fraquinhos na pele, de admirar de longe a Torre. De achar confuso e engraçado o trânsito de alguns pontos da cidade. De sentar e memorizar lugares que mais parecem poesia.
Paris nos fazem percorrer galerias subterrâneas. Com ladrões que não são pegos e sanfoneiros simpáticos no metrô. Que traz no cardápio quebabs, croissants, pouco sal e serifas. Paris de escadas irregulares e jardins desconhecidos. De noites ofertadas por franceses libertinos e gentis. Paris onde muitas coisas começam e outras terminam, cheia de histórias.
Fico feliz por ela não ter queimado em chamas, por deixar que Monalisa continue a sorrir da sua maneira tão particular. Por ainda insistir em pontes, em arte, em linhas de trem. Por nos fazer acreditar que o amor ainda é possível.

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